sexta-feira, 28 de março de 2008

quarta-feira, 26 de março de 2008

O Surf na mídia

Aloha!!!

Como todos sabemos o surf surgiu no Havaí. Lá pelos idos de 1780 o navegador britânico que foi pioneiro na exploração do Pacífico, James Cook, observava com curiosidade o estranho rito social dos nativos Havaianos que deslizavam nas ondas em suas rústicas pranchas de madeira. Mas foi só nos anos 50 do século passado que o surf ganhou popularidade ao começar a ser praticado na Califórnia. De lá pra cá o surf tornou-se um dos esportes que mais exercem fascínio entre as pessoas. Mesmo quem nunca chegou perto de uma prancha adora vestir-se e comportar-se como surfista. Uns até tem sua pranchinha, que é levada para enfrentar as marolinhas de verão por alguns minutinhos, até retornarem com seus donos para a areia, compondo o cenário do “surfista-poser”. Mas isto é assunto para outro post...

O fato é que a mídia sempre tirou proveito da imagem de liberdade e aventura associada ao surf para promover seus produtos, filmes e seriados. Sem falar na indústria do surf que movimenta por ano, só no Brasil, cerca de 3 bilhões de realitos por ano. Lógico que o surfista de alma não ta nem aí pra isto tudo. O mar não ganha nada com isto, o surfista de alma também não, mas tem algumas coisas legais e muita porcaria também. Talvez o pior seja o estereótipo caricato do surfista, na maioria das vezes representado como um vagal que não está nem aí pra nada. Mas não deixa de ser engraçado e curioso o interesse da mídia pelo surf. Todo mundo quer faturar em cima e eis que o surf hoje vende e promove de tudo, de cigarro a sabão em pó...

Nos links alguns exemplos. No primeiro, trecho de um episódio do seriado “Batman” numa insólita incursão do Morcegão pelo mundo do surf, nos idos dos anos 60. É tão tosco que chega a ser hilário, como o lance do cinto-de-utilidades equipado com repelente de tutubas (quero um!)... Em contraponto o outro vídeo é um clássico. Trata-se de um comercial que com belíssimas imagens ajuda a Guinnes a vender mais cerveja. Rodado no Havaí em 1999, explora com genialidade o conceito de esperar pelas boas coisas, ("Good Things Come To Those Who Wait") idéia muito bem aplicada diante da sempre paciente espera do surfista pela onda perfeita. O monólogo, é inspirado em várias obras literárias (James Joyce - "The Portrat of the Artist as a Young Man", Dylan Thomas - "Under Milk Wood" e Herman Melville - "Moby Dick"), coisa fina. Segundo a revista especializada Campaign, trata-se do "mais belo anúncio de todos os tempos".

“ He waits. That's what he does. And I'll tell you what: tick followed tock followed tick followed tock followed tick..."

Ae, Mahalo!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Vacas, já que não tem como evitá-las...

Aloha, brothers!

Uma vaca, daquelas de escovar o sujeito no fundo e gira-lo feito uma meia solta na lavadora de roupas, produz o efeito de lembrar o surfista de sua real situação. No mar, onde as ondas brindam os sufistas com tubos insanos e formações perfeitas, precisamos de uma boa dose de habilidade e entrosamento com a água para não pagar o preço de uma vaca...

E se e para os deuses voadores do surf, uma vaca pode ser um incidente evitável a todo custo, para os pregos desajeitados como eu que já aprenderam a curtir o sacode-esfrega de uma boa vaca, isto pode ser até divertido.Tá certo que nas abençoadas praias tupiniquins não temos grande incidência dos eficientes fundos de rocha e corais, o que torna as desventuras de um prego mais saudáveis...

Tá certo que o objetivo do surf é dropar sua pranchinha e sair deslizando sobre as ondas e não embolado sob as ondas! Mas é na hora que nosso corpo gira sem comando, e tentamos a todo custo identificar o "encima" e o "embaixo", que entendemos a força e o domínio do mar. Nesta hora a onda, nosso brinquedo, é quem manda... E aí descobrimos divertidamente que na verdade os briquedos somos nós...

No link do Youtube, algumas delas....

Mahalo!

terça-feira, 11 de março de 2008

Surfistas de Alma

Aloha, brows!

Surfista tem de tudo o que é jeito. Tem surfista Cristão, tem surfista pagão. Tem surfista extrovertido e surfista “na dele”. Surfista sarado e surfista magrelo. E alguns deles, além de tudo isto são também surfistas de alma. Categoria na qual penso que estão incluídos eu, e meus amigos (salve Kakizada!).

Alguns de nós nem temos toda esta habilidade com a prancha. Nascemos com o surf na alma e não nó pé. Outros têm mais intimidade, executam manobras difíceis e ousadas, mas também levam dentro de si a paixão pelo surf. E todos têm em comum uma grande devoção pelo mar e pela vida. Sabemos que o surf é uma atividade espiritual, e não um esporte, e é no mar que encontramos nosso equilíbrio com o universo.

Mas não fazemos do mar uma fronteira que ao ser ultrapassada deixa o mundo árido e burocrático de nossas realidades para trás. Seguimos aplicando em nosso dia-a-dia os preciosos ensinamentos adquiridos no line-up, vencendo nossos medos e desafios, encarando a vida como uma dádiva que tem seu expoente no mar. O surfista de alma espelha sua conduta na simplicidade, na paciente espera pelas ondas, na amizade (só quem sabe o que é dividir o mar com seus amigos sabe do que estou falando) e na sua liberdade dentro da água. E fora dela, usa esta mesma liberdade para doar, para ser correto e justo em todas as atitudes inerentes a sua relação com o mundo em que vive.

É sobre isto que me proponho a falar de vez em quando por aqui. De nossa vida no mar e de nossa vida fora d’água, que é influenciada de maneira tão determinante pelo surf. E sobre nossas diferenças que se encontram nesta mesma paixão: O mar!

Mahalo!