sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Crianças

Na semana passada a Mayrinha ocasionalmente assistia a um trecho de Sherk. Precisamente aquele em que ele janta com a família da Fiona, e começam a discutir. Em um dado momento aparece um porquinho sobre a mesa e um deles corta o porquinho. A Mayra ficou impressionada. Comentou comigo e com a mamãe: “O Selec cortou o porquinho. Éco, éco, ele comeu o porquinho! Selec feio! Não pode! Humpf... O porquinho é amigo!

Depois, durante o trajeto para a escola, ela viu um doguinho, abandonado na chuva. Mais uma vez ela demonstrou sua solidariedade e sua preocupação com outras formas de vida. Ela perguntou porque o doguinho estava triste. Mamãe explicou, e ela ficou visivelmente chateada. Nossa pequena tem apenas 2 anos e 4 meses.

Ensinamos desde cedo a Mayrinha a respeitar todas as formas de vida, mas nunca comentamos nada com a Mayra sobre alimentação vegetariana. Por enquanto ela é vegetariana, e será até o dia que ela quiser ser. Não vamos impor nada. Mas o interessante nisto é seu comportamento. Um comportamento que eu acho que é natural na maioria das crianças. A maioria delas nasce com esta empatia por todos os “bichinhos”, por todos os nossos semelhantes. Quase toda criança do mundo carrega dentro de si a vontade em de viver em harmonia e paz, num mundo sem “malvados”, sem coisa “feias . Os anos passam, e a soberania da crueldade se impõe. A indiferença dos pais completa o ciclo que irá destruir a ternura e transformar o que fomos em um sonho tolo e pueril.

Este videozinho me lembra da criança que eu fui. Me lembra o gurizinho que queira mudar o mundo. Não fui “absorvido”. Mas sou apenas um cisco de areia perdido em um mundo de tolas vaidades, frias ambições, brutalidade e crueldade. Mas voltando ao que eu era, este vídeozinho também de me devolve a esperança. Pois cada criança que nasce neste mundo é uma nova oportunidade. É uma nova chance que temos de fazer com que o mundo finalmente “dê certo”.



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