segunda-feira, 19 de maio de 2008

"No Mar eu sei, o que é viver..."

Aloha, brothers!

Alguns dias em Sampa são suficientes pra nos fazer perder o rumo. Não que aqui em Curita tudo não seja tão igualmente frívolo e desprovido de significados. Mas o insano cotidiano de uma cidade como São Paulo amplifica a sensação de vazio. Riqueza, pobreza, vidas igualmente vazias que parecem abster-se da busca por um sentido. Tudo é consumo, sobrevivência e caos.

Mas eis que domingão, já de volta, acordo de madrugada e saio de encontro aos meus amores, as belas ondinhas. Mais uma vez eu meu brow Xande partimos com destino a Guaratuba. Chegamos bem cedo e fomos recompensados com um marzinho lisinho, meio metrão nas primeiras horas da manhã. E mesmo que nada de onda tivesse, o ritual do “ir surfar” já teria lavado minha alma.

Na estrada, o sol nascendo por entre a serra do mar, o regaezin, e um papo compatível com minhas crenças e idéias. O mar sob o céu azul e as ondinhas em séries demoradas que permitiam por o papo em dia e contemplar o mundo em sua perfeição. O mar não me trouxe nenhuma resposta, mas me sentir vivo e me sentir parte de algo maior é o suficiente para recompor meu mundo. Minhas energias reconstituem-se em cada remada em direção ao outside. E no momento em drópo e saio a deslizar pela parede de uma onda, torno-me parte dela . Aquela onda que viajou quilômetros para me encontrar, divide comigo, naqueles fulgidos momentos, sua intimidades. E nestes breves momentos me torno então parte da ciência de Deus que criou o balanço infinito das águas no oceano azul. Na hora do drop somos um trecho da poesia que derrama-se sobre a bancada de areia e equilibrados sob nossas pranchas insistimos em permanecer como tal. Sublime união...

Ae, cabeça feita, alma lavada, pronto para outra semana na Babilônia. E que a sua semana seja iluminada!

Mahalo!

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