segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Third Rock

A impresivibilidade das condições das ondas faz parte do ritual daquilo que chamamos de "ir surfar". É rara a confluência de fatores como vento, direção do swell, tamanho e freqüência das ondas, que , tudo ajustado, resultem em ondas surfáveis, ou perfeitas. Se contarmos que fazemos parte daqueles surfistas que gostariam que todos os “dias úteis” fossem dias de surf, a coisa matematicamente piora. Tudo tem que dar certo em apenas dois diazinhos da semana. E como bem sabemos, nem sempre dá.

Seria muito bom surfar todos os dias, ter o marzão no quintal de casa para dispor das ondinhas todas as vezes que elas aparecessem, mas nós como bons surfistas de alma aprendemos a aceitar as vontades do mar e surfamos felizes de qualquer forma, de qualquer jeito que o marzão apresente-se a nós.

Neste findi, com a praia de Itapoá coberta por uma bruma que dissipou-se lá pelo meio dia eu nem podia imaginar que encontraria minha ondinha perfeitinha. Quase perfeitinha, eu diria. Pra ser perfeitinha ela só precisava ser uma esquerda, ao invés de uma bela direitinha. Mas ela estava lá, me esperando, escondida no nevoeiro. Assim que entrei no mar ela surgiu. Algumas remadas, o drop rápido, e lá estava o Guaia, deslizando suavemente na companhia daquela bela menina-ondinha. Suave a moça! Me permitiu deslizar por sua superfície lizinha, sem espuma, por intermináveis segundos... Sobe, desce, sobe, desce, sobe, desce... O mantra sagrado do surf reza: “Good waves come to those who wait” ... E eu esperei o inverno inteiro por ela!

No videozin, o brother gente fina que cantava o mar e nos deixou na semana passada, Dorival Caymmi.

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