quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cuidado com esta rede no mar...

Neste findi, novamente surfzinho básico mas revigorante nas águas da praia brava de Guaratuba. Teve até a presença de um casal de golfinhos que ficaram mergulhando e surfando (sim, chegaram pertinho do inside deslizando nas ondas!). É engraçado, sempre que vejo as barbatanas fora d’água imagino que sejam os nossos amigos dentuços, aí o susto passa e fico torcendo pra que eles se aproximarem.

Mas presenciei um fato preocupante. O mar estava relativamente cheio de surfistas, e eis que surge uma canoa com três pescadores. Sem a menor cerimônia, sem o menor respeito ou preocupação com a vida dos surfistas, esticaram uma rede, do tipo “feiticeira” do outside até a areia dividindo o grupo de surfistas que estavam na pequena área em que rolava uma valinha.

Em outros momentos cheguei no pico quando a rede já estava no mar. No Rio Grande do Sul é freqüente o número de acidentes e até mortes provocadas por este tipo de artefato de pesca. Para que vocês entendam o perigo que uma rede representa aos surfistas , reproduzo o infográfico (fig 1- clique na foto para ampliar) publicado no jornal gaúcho “Zero Hora” por ocasião da morte de uma jovem surfista nas redes. O esquema de funcionamento de uma rede “feiticeira” é sinistro (fig 2). São três redes unidas em paralelo, e não importa o tamanho do peixe, ou do surfista, quanto mais ele se debate para escapar , mais ele se enrosca na malha de nylon.

Entendo, em termos, que os pescadores precisem garantir seu sustento. Não sei se este método de pesca não é predatório (fiquei pensando no casal de golfinhos). Mas a região onde eu estava é claramente delimitada como “área de surf”, e não me parece que o ponto onde os pescadores irão largar a rede faça alguma diferença. Eles armaram a rede ali, em meio aos surfistas, por uma questão que me pareceu de mera comodidade.

Em Guaratuba existe a Associação de Surf de Guaratuba, e eles me parecem ser bastante atuantes, pois construíram uma área delimitando e protegendo a restinga em frente ao pico entre outras ações. Penso que eles devem estar sensíveis a esta situação, em busca de uma solução para o caso. No Rio Grande do Sul, existe uma lei estadual que proíbe a instalação de redes nas áreas de surf, bem como normas que evitam o conflito entre pescadores e surfistas. Mas infelizmente isto só aconteceu depois que ocorreram alguns acidentes fatais. Espero que não seja por aí que as coisas se resolvam por aqui...

Fig 1 Fig 2 - Editado do site "Portal da Praia de Capão Novo" http://www.capaonovo.com

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